A primeira-dama de Morrinhos e Secretária Municipal de Desenvolvimento Social, Terezinha Amaral, concedeu entrevista à Assessoria de Comunicação da Prefeitura, e falou sobre o Dia Internacional da Mulher, celebrado neste dia 8 de março. Mulher simples e muito emotiva – chorou ao falar das dificuldades que sua mãe enfrentou para criar, sozinha, os 8 filhos – Terezinha falou sobre as conquistas, lutas e desafios da mulher atual. Aos 56 anos de idade e mãe de 3 filhos – 2 mulheres e 1 homem -, disse ser contrária à “ditadura estética”, que escraviza a maioria das mulheres contemporâneas, e enfatizou que o mais importante é o ser humano estar em paz consigo mesmo. A primeira-dama morrinhense afirmou que não é fácil conciliar todas as questões do lar, com as crianças e o marido, o trabalho e a vida pública. “Nossa agenda diária é muito complicada e não podemos nos esquecer da nossa família, que é a base de tudo”, destacou Terezinha. Leia a entrevista completa:
O dia 8 de março foi definido, pela Organização das Nações Unidas (ONU), como o Dia Internacional da Mulher. O que torna essa data especial para as mulheres, na sua opinião?
Terezinha – Em primeiro lugar quero agradecer à Assessoria de Comunicação, da Prefeitura, a gentileza de convidar-me para falar sobre um assunto tão importante para nós, mulheres. Vejo, hoje, o Dia 8 de Março como um momento de reflexão sobre os benefícios que a mulher tem obtido com essa conquista que, na minha opinião, tem sido muito grande, seja para a mulher internacional, brasileira ou municipal. Entendo que já obtivemos muitas vitórias, especialmente na área dos direitos políticos. Entretanto, há ainda muito a ser feito para que a mulher receba, de fato, maior valorização e respeito. Infelizmente ainda somos discriminadas por diversos segmentos da sociedade.
Pode nos dar um exemplo de conquista que as mulheres já obtiveram nos últimos anos?
Terezinha – Uma das mais importantes conquistas foi na área de saúde. A mulher de hoje pode, por exemplo, ter um acompanhamento médico durante todo o seu período de gravidez, fazendo o seu pré-natal todo o mês. Antigamente – estou falando da minha vida própria, pois a minha mãe está com 92 anos – a mulher só chegaria ao médico no dia do nascimento do filho. Hoje, a mulher grávida pode ir ao médico todos os dias, ter o acompanhamento de um pediatra que vai cuidar da saúde de seu filho. A mulher de hoje também estuda mais e tem, assim, melhores oportunidades de melhorar sua qualidade de vida. Antes, a mulher tinha que procurar alguém na família que pudesse ficar tomando conta de seus filhos, para que ela fosse trabalhar. Hoje, o Poder Público assumiu essa função. De uma maneira em geral, a mulher pode hoje caminhar com suas próprias pernas e ser uma profissional em qualquer área de atuação, disputando uma posição no mercado de trabalho de igual para igual com o homem. O Dia 8 de Março, na minha opinião, foi realmente uma grande conquista para a mulher.
Qual outra conquista a senhora citaria como de grande relevância para a mulher?
Terezinha – Como mulher, quero aqui enfatizar que a conquista maior que nós podemos ter é a família. Tendo que trabalhar para ajudar financeiramente no sustento de sua família, a mulher, às vezes, deixa um pouco a desejar, pois tem que se ausentar do seio da família. Mas, volto a frisar, que não existe na vida nada mais importante do que a nossa família, os nossos filhos.
E no meio rural, a senhora acha que a mulher também tem obtido conquistas importantes?
Terezinha – Nem tanto. É de conhecimento geral de que, no meio rural, ainda existem fortes obstáculos e preconceitos quanto a uma maior participação feminina em todas as áreas.
Como a senhora se sente atuando, cotidianamente, na defesa dos direitos e na valorização das mulheres morrinhenses, na condição de Secretária Municipal de Desenvolvimento Social?
Terezinha – Muito gratificada. Acabo de sair agora mesmo de uma reunião com representantes de vários órgãos de Assistência Social do Município. E a maioria das participantes era composta por mulheres que ocupam a direção dos principais postos de trabalho da Prefeitura. Na área em que trabalho – a social – a maior parte das coordenações de nossos órgãos é ocupada por mulheres. Isso não significa que o homem não esteja preparado para assumir um cargo de coordenação na área social. Não estamos aqui falando de discriminação do homem neste sentido, mas optamos pelas mulheres por acharmos que elas possuem maior vocação para trabalharem nessa área.
A Lei Maria da Penha, em vigor, implantou penalidades mais rigorosas praticadas com violência contra a mulher, como as agressões físicas, psicológicas, sexuais, patrimoniais e morais. A senhora acha que a lei MDP tem realmente surtido os efeitos desejados como a diminuição dessas agressões contra as mulheres brasileiras?
Terezinha – a Lei Maria da Penha tem surtido efeitos, sim, mas, para atingir plenamente seus objetivos, deve ser aplicada com mais rigor. Felizmente, neste sentido, a Câmara dos Deputados acaba de aprovar um Projeto de Lei que torna crime hediondo o assassinato de mulheres motivado pelo simples fato de serem mulheres. O chamado feminicídio é comum, por exemplo, em casos de violência doméstica que terminem em morte. Todavia, o projeto, que prevê pena de 12 a 30 anos de prisão para o assassino, ainda precisa ser sancionado pela Presidente Dilma Rousseff. Mas, na realidade o que precisamos fazer é uma profunda reflexão sobre o que é o ser humano. É claro que muitas mulheres, vítimas dessas agressões, buscam a aplicação dos rigores dessa Lei para poderem dar sustentação às suas famílias. E essa é a reflexão que temos que fazer hoje: deixar a parte financeira para quem está ao nosso lado e a mulher se fazer mais presente junto aos seus filhos, porque esse tempo vai e não volta.
Em que sentido um perfil feminino positivo pode fazer diferença na construção de um mundo melhor?
Terezinha – É o amor, é o carinho, é a mulher que busca a Deus em todos os momentos difíceis que venham a ocorrer em sua vida. É preciso que as mulheres em geral levem muito a sério o seu compromisso com Deus para que busquemos Nele a ajuda e o conforto para podermos enfrentar, com coragem e ânimo, os dissabores e as decepções que afligem nossas famílias todos os dias. Sem a ajuda Dele os problemas ficam, realmente, muito mais difíceis e, às vezes, fogem ao nosso controle.
As mulheres de hoje vivem muito preocupadas com sua aparência física, pois acham que só a beleza lhes basta e para possuí-la é preciso ser magérrima e linda a qualquer custo. Como a senhora vê a “ditadura da beleza”?
Terezinha – Não concordo que a mulher hoje para viver tem que se sujeitar a essa “ditadura”. A primeira coisa que a pessoa tem que fazer é entender que ela é um ser humano e se fazer a seguinte pergunta: o que eu estou fazendo para viver melhor? Só acredito na obrigação da estética física se ela for necessária para que ela se sinta bem no seu trabalho, por exemplo. Temos que pensar que não existe bem mais precioso do que a saúde, não tem nada que pague a saúde da pessoa.
A senhora é uma mulher vaidosa?
Terezinha – Eu acho que a vaidade hoje é criatividade. A mulher, principalmente, é o espelho para a filha. O sexo feminino busca a mãe, que está perto, já o sexo masculino busca se espelhar no comportamento do pai. Vim de uma família muito humilde em que minha sempre foi muito prestativa e muito cuidadosa com suas filhas. Minha mãe nos criou sozinha porque, infelizmente, meu pai faleceu quando ela estava grávida de mim e sempre procuramos seguir os seus critérios. Por exemplo, as roupas novas e bonitas eram para a gente ir à missa aos domingos. Fomos criadas realmente com muita simplicidade, mas sempre com a sabedoria de Deus, vivendo daquilo que nossa mãe conquistou, ela trazendo para nós aquilo que ela tinha possibilidade de trazer. Mas, sua preocupação maior sempre foi dar tranquilidade a sua família. Mas, às vezes temos que nos sujeitar às exigências circunstanciais, como a de cunho profissional, quando temos que usar a roupa certa para o ambiente certo. Mas, não gosto muito dessa propalada estética física, porque não fui criada assim, mas parabenizo toda mulher que gosta de andar na linha reta, de fazer sua maquiagem, fazer sua dieta para perder uns quilinhos, tudo isso é normal no mundo de hoje. Adoro ver aquela senhora de 60 anos de idade ou mais que está usando seu sapatinho de salto e que faz questão de cuidar melhor de sua aparência física.
Qual mulher a senhora gostaria de homenagear neste 8 de março? Por quê?
Terezinha – Sem qualquer dúvida é a minha mãe, que sempre foi uma referência para mim e para toda nossa família. Quero homenageá-la porque ela foi uma pessoa guerreira e que buscou, no dia-a-dia, o melhor para seus 8 filhos. Sempre trabalhando, dando o máximo de si para nos proporcionar o melhor, dando belos exemplos para sua família. Até roupa minha mãe lavou, em seus momentos de maior dificuldade. Até hoje, aos 92 anos de idade, minha mãe se preocupa muito conosco. Todos os dias temos que ligar pra ela. Ontem, por volta das 22 horas, ela me ligou cobrando, dizendo que eu ainda não tinha ligado pra ela. Eu disse: mãe, fiquei ocupada o dia todo e agora que terminamos de entregar material escolar para os alunos da Rede Municipal de Ensino. Eu disse também que ela tinha nos ensinado que tudo que a gente fosse fazer tinha que fazer bem feito. Minha mãe é uma mulher que me ensinou muito, principalmente as melhores qualidades que um ser humano deve ter. Sempre me espelhei nela. Foi ela que me ensinou a amar a Deus e que me preparou para viver o que vivo hoje. Ela me ensinou a viver dignamente e a criar meus filhos como ela nos criou.
Deixe, por favor, uma mensagem de força e fé às mulheres.
Terezinha – É um prazer deixar essa mensagem e, ao mesmo tempo, agradecer a minha querida Morrinhos, pois todas as vezes que eu fiquei à frente de um trabalho público, foi por determinação do povo da minha terra, juntamente com Deus. Agradeço, principalmente, a todas as mulheres morrinhenses e quero dizer a todas que, não importa a conquista que elas almejem na vida, não importa aonde elas queiram chegar, a primeira coisa é colocar tudo nas mãos de Deus e fazer a sua parte porque é bíblico, porque Deus disse: “faça da sua parte que da minha eu farei”. Não esmoreçam em momento algum. Deixo um grande abraço a todas as mulheres e digo, mais uma vez, a todas elas, que nós somos uma só, somos a presença feminina, não importa o momento em que estejamos vivendo, seja aonde for, aonde você estiver morando, seja na cidade ou na zona rural, no seu local de trabalho, no órgão administrativo do Estado ou do Município; seja professor, seja como dona de casa, quando a sua jornada de trabalho é ainda maior. Mas, que a mulher seja ela mesma e que, em momento algum, ela pense e acha que é menor de quem quer que seja, pois, ela é sim, igual a todas. Deixo hoje um grande abraço para todas as mulheres morrinhenses.
Governo da Cidade de Morrinhos. O Povo em Primeiro Lugar!
Redação e fotos: Assessoria de Comunicação Social (Assecom)
